Eu demorei para escrever este post porque na verdade eu queria fazer um post duplo, e falar também dos filmes de Alcatraz, só que ainda não consegui assistir todos. Então resolvi falar logo sobre a antiga prisão norte americana e parar de enrolar vocês aqui.
Alcatraz é uma ilha no meio da baía de São Francisco. Antes de ser uma prisão de segurança máxima, servia como base militar entre 1850 e 1930. Quando foi comprada pelo Departamento de Justiça dos EUA, transformaram o local em prisão. Foram 29 anos de funcionamento, e lá ficaram os maiores criminosos da época, como Al Capone, Robert Stroud e Frank Morris.
Foi fechada em 1963, um ano após a primeira fuga de Alcatraz. O governo alegou que a prisão tinha custo muito alto de manutenção e que não garantia total segurança perto das prisões mais modernas.
Durante 29 anos, a prisão de Alcatraz não registrou oficialmente fugas bem sucedidas. Em todas as tentativas, os fugitivos foram mortos ou afogaram-se nas águas da baia. Três fugitivos, Frank Morris, e os irmãos John e Clarence Anglin, desapareceram das sua celas em 1962. Foram encontradas poucas provas, e elas levam a crer que os prisioneiros morreram, mas oficialmente ainda estão como desaparecidos.
Pode parecer estranho e mórbido visitar uma prisão de segurança máxima dos anos 30, mas eu nem achei tão tenso assim. Pelo contrário, achei interessantíssimo, e mais interessante ainda o fato de que eles fizeram das histórias absurdas e dos maiores criminosos da época, um grande marketing. Se eu fosse família de alguma vítima desses caras, não sei se ficaria confortável sabendo que tem mil e um produtos sendo vendidos com a cara do homem que matou alguém que eu gostava. Estranho isso né? E o pior é que a galera compra muito souvenir com foto de criminoso. Fiz a revoltada e não comprei!
Bom, mas antes dos souvenirs, vamos ao passeio em si. Para chegar na ilha também conhecida como The Rock (a pedra), é preciso pegar um barco. Eles ficam logo ali ao lado do Píer 39, no píer 33, e é só dali que saem não tem outro jeito. É aconselhável comprar antes para garantir que tenham ingressos. Nós compramos na hora e quase não conseguimos. Na verdade o ingresso que custa U$ 30 e que você pode comprar online no site deles, custou U$ 80. Foi sorte esse ingresso, porque no guichê oficial não tinha mais para os dias que poderíamos ir, então pegamos um pacote junto com o ônibus de turismo. Ufa! Já pensou ir a São Francisco e não visitar Alcatraz? Não dá!
O passeio total dura cerca de 3h, já contando a viagem de ida e de volta para ilha que leva uns 20 minutos.
Chegando lá, todos descem juntos e passam por um guia que dá algumas instruções básicas. De lá o caminho é único, subir uma ladeira até a antiga caixa d’água e depois subir outras duas ladeiras até a entrada oficial.
Ali rola um pouco de fila, mas é porque todo mundo tem que pegar o audio guia. Você tem que pegar por dois motivos: 1. para saber de toda a história do local e saber a seqüência da visita e 2. porque tem em português e não tem desculpa.
Na fila, dois assistentes ficam ao lado dos aparelhos e já arrumam com sua língua de preferência. Subindo as escadas logo atrás, já começa o passeio. Tem uma placa escrito: seu passeio começa aqui, aperte “start”. Aí é só seguir os números e acompanhar a gravação no seu tempo, sem se preocupar com multidões e excursões.
O passeio te leva em tudo, nas celas dos criminosos mais temidos e conhecidos, ao refeitório, ao espaço de laser, aos escritórios da administração e até nas solitárias.
É tudo muito triste, mas ao mesmo tempo muito interessante. O pior de tudo é saber que tudo aquilo aconteceu de verdade, história real e cheia de sofrimento. Alguns criminosos eram completamente loucos, e no audio guia tem várias histórias bizarras de rebeliões, fugas e etc. Bom, só de saber que Al Capone ficou preso ali, já dá pra imaginar o tipo de gente naquelas celas. Só coisa boa!
Não vou contar toda história aqui, porque pra quem vai fazer o passeio fica sem graça. Tem quem possa achar que o passeio em Alcatraz é triste demais e tenso, mas eu digo que vale muito a pena. É muito legal e não me senti mal em momento nenhum, só gostei de aprender mais sobre Alcatraz.
No mais, a vista de lá é algo absurdo, porque dá pra ver toda a cidade de São Francisco. Para os presos isso era bom e ruim né, pois de um lado podiam ter a bela vista da cidade quando estavam no pátio nos momentos de “folga”, mas por outro lado, era triste porque não podiam sair dali e aproveitar a cidade. Enfim… a que se faz a que se paga, como diria minha vó!
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