Saímos de Chillán e seguimos direto para Villarica e Pucón. Essas duas cidades ficam muito próximas uma da outra, coisa de 20 minutos com bom trânsito em uma via rápida que une as duas. Pela nossa direção, era mais jogo conhecer Villarica antes, e foi isso que fizemos.
Tem muito o que fazer em Pucón e região, e estávamos MUITO animados pra chegar até ali. Só-que, pegamos 2 dias de chuva e 1 dia nublado, e isso atrapalhou demais a vida por lá. Como já comentei aqui no blog, o Chile tem muitos atrativos naturais, e com chuva complica bastante, tanto a visita em si como o próprio deslocamento para esses lugares, já que tem muita estrada de terra para chegar aos parques. Isso foi bem chato pra nós, mas ainda assim deu pra ver quase que tudo. Vou dividir por arredores de Pucón e Villarica, pra facilitar o programa de vocês:
Villarica
Villarica foi nossa 1ª parada ali. É uma cidade pequena mas muito gracinha. Já nessa região toda vemos a influência alemã forte do sul do Chile, a maioria das casas é de madeira e tem muitas influências mapuche (índios locais) em tudo. Villarica e Pucón tem uma carinha muito européia, muito destino de inverno de esqui, que te convida pra um chocolate quentinho, sabe como?
Ali você pode dar uma volta pela borda do Lago Villarica e, se o tempo estiver aberto, já poderá apreciar o vulcão Villarica, com seus 2.843m de altitude. No dia que chegamos ainda estava aberto o tempo, e pudemos vê-lo um pouquinho com nuvens, mas deu. É absurdo, é uma visão muito diferente pra nós. Não parece real estar na frente de um vulcão!
Ainda ali, você encontra um pequeno centro comercial de artesanato mapuche, uma pracinha, muitos lugares para comer e um ponto de informações turísticas bem completo.
Lican Ray
Partindo de Villarica, você pode visitar a pequena cidade de lago, Lican Ray. Ela fica no lago Calafquén e é um bom destino de verão (se o tempo colaborar). No dia que fomos estava a maior chuva, e só conseguimos dar um rolêzinho básico porque não tava dando pra sair do carro! Ainda assim, encontramos uma das poucas lojas de cervejas artesanais da viagem e uma loja deliciosa de chás e chocolates.
De Villarica pra Lican Ray, são 27km e a estrada é toda asfaltada e sinalizada pra lá. É facílimos chegar.
Termas
Seguindo de Lican Ray, você pode visitar alguma das termas locais. O legal do Chile e seus vulcões e geisers é que tem muito ponto de água termal, e eles realmente se aproveitam disso. A mais famosa nessa região são as termas geométricas, que todo mundo fala, ama, posta, etc. De fato, parece linda e tem várias piscinas, mas não conseguimos ir.
Além da super chuva, mesmo a água sendo quentinha, magina ficar lá com aquela chuva na cara (é tudo aberto) e ficar saindo das piscinas com o clima frio e úmido demais; a estrada pra lá pega um bom trecho de cascalho/terra. Com chuva em um carro que não era 4×4, preferimos evitar.
Ali perto ainda tem as termas Vergara (tem hotel aqui) e as termas El Rincón. Todas elas ficam a mais ou menos, 32km de Lican Ray, ou seja, 59km de Villarica mais ou menos.
Pucón
Como comentei, Villarica e Pucón ficam muito próximas, e você pode, por exemplo, descer pelo Chile parando em Villarica e região mencionada para passear um dia inteiro, e seguir para Pucón para dormir e passear por ali nos dias seguintes. Assim não fica tanto muda e sai de hotel.
Pucón eu A-MEI! Linda demais, pequena, aconchegante, muito clima de inverninho europeu, parece totalmente outro país. São muitas ruas charmosas, cheias de restaurantes bacanas, loja de chocolate, muito artesanato (Pucón realmente foi a cidade perdição dos souvenirs pra mim, hehe) e muitos passeios próximos.
Você pode contar uma tarde pelo menos pra se embrenhar nessas ruas, entrar nas lojinhas e tal. É claro que se você não tem o menor interesse em artesanato e coisas que tem lá, vai levar menos tempo, mas olha, de verdade, tem bastante coisa legal. Eu vou fazer um post só sobre artesanatos típicos de lá, para esse post aqui não ficar tão imenso.
Vulcão Villarica e grutas
O passeio mais sensação de todos aqui é a subida ao vulcão Villarica. A gente queria muito fazer, mas o mau tempo cancelou as subidas por pelo menos 1 semana! Isso é uma coisa bem chata relacionada à este passeio, pois na condição mais “mais ou menos” já não é permitido subida por motivos óbvios de segurança, e muitos turistas ficam na mão. E isso é totalmente imprevisível, mesmo que você agende com meses de antecedência… está sujeito a isso.
Esse é um passeio que sai de Pucón, e você faz uma escalada de 5h para a cratera do vulcão ativo. A descida são mais 2h e claro, pelos relatos todos que li, ficamos destruídos de cansaço. Logo, passeio pra 1 dia.
Mesmo sem poder subir o vulcão, pegamos a estrada até ele – que você pode ir sozinho tranquilo – pra chegar no pé do mesmo, para fazer outros passeios como as grutas (que sim, com a chuva estava fechado também, êta beleza), tem trilhas, tem vários pontos para comer e lojinhas. A gente deu uma volta por ali mesmo, foi legal também. Comemos uma empanada deliciosa e bem barata em um dos pontos de parada. Recomendo almoço nessas vilinhas sim!
*Aliás, esse passeio é bem caro (por volta de R$ 500 por pessoa) e tem muitas empresas que fazem. Certifique-se que a sua está no ramo há anos e tem equipamento adequado, ok?
Ojos del Caburga e Caburga
Ojos del Caburga fica bem próximo a Pucón e muito fácil de chegar. Nesse dia a chuva estava mais para garoa, e eu estava meio desanimada porque com chuva sempre atrapalha a cor da água e etc né? MÃS, adorei esse lugar.
Ojos del Caburga é um conjunto de pequenas cachoeiras e olhos d’água que ficam muito próximos ao pequeno balneário de mesmo nome, Caburga. Para entrar, paga-se 1.000 pesos (R$ 5,90) por pessoa e tem estacionamento no local. Lá é uma micro trilha, muito fácil, quase tudo plano e algumas escadas quando necessário. De novo repito: o que é a cor da água no Chile? Não saberei explicar jamais. Vocês tem que ver com os próprios olhos!
Ficamos ali por cerca de 1h, você não vai levar muito mais do que isso também, e seguimos para Caburga. É uma cidade de tipo 1 rua, literalmente. Super chica, fica na beira do Lago de mesmo nome e é um bom local para aproveitar o verão por lá. Tem alguns restaurantes e almoçamos por ali mesmo. Infelizmente não curti a comida do lugar que fomos, senão já indicava aqui.
Parque Nacional Huerquehue
No verão os dias são bem longos, e dá pra curtir muito. Seguindo próximo à Caburga, fica o Parque Huerquehue, que a gente queria muito ir. Só-que, chuva nesse parque não dava. Lá sim tem trilhas mais com cara de trilha, são trajetos mais largos e putz, com barro e tudo nublado, passamos. Porque imagina, você faz a trilha molhada sofrendo, no frio (era verão mas tava uns 10º lá, ok?) e chegando no ponto de interesse, não consegue ver nada. Abortamos esse passeio, até por recomendação do pessoal do hotel.
Para quem quiser mais infos do parque, tem tudo aqui no site da Conaf.
Termas
Assim como na região próxima de Lican Ray, aqui perto de Caburga também tem 4 termas para curtir. São: termas Quimey-Co (spa, só aceita dinheiro), termas Peumayen (tem hotel também), termas de Huife (bem indicada e conta com hotel) e termas los Pozones (mais simples, só tem camping). Todos esses lugares são pagos, mas é tipo um day use e você pode ficar o tempo que quiser.
Mais pra baixo, já próximo ao Santuário El Cañi também tem mais 2 termas, a Menetúe (com cabanas e spa) e a San Luís (também com opção de hotel no local). E ainda, pro outro lado próximo aos Saltos, ficam as termas Palguín. É terma que não acaba mais! Pra relaxar bem!
Santuário El Cañi
Esse foi outro passeio que tivemos que dispensar por causa do combo trilha + chuva. O lugar é lindo pelas fotos, mas… O parque conta com 500 hectares de proteção às araucárias e é uma das primeiras áreas protegidas do Chile, inclusive. Lá as trilhas são maiores, duram 1 dia e algumas até mais. A menor trilha dura 7h, então é bom ter um certo preparo para essa visita, ok?
No site deles tem tudo descrito e como é cada trilha. Também indicam pegar com guia, e eu também recomendo isso. Área que não conhece, são trilhas longas em parques de preservação.
Saltos
Outra opção de passeio que mesmo com chuva dá pra fazer, são os saltos. No caminho Pucón-Argentina, você pode visitar 4 saltos: Palguin, La China, del Leon e del Puma. A gente ia visitar, chegamos a ir até a entrada de um deles, só que assim, cada um paga-se entre 1000 e 2000 pesos (R$ 5,90 e R$ 11,80 por pessoa) pra entrar, e aí meio desistimos. De qualquer forma, deixo a sugestão de passeio. É um do ladinho do outro, muito fácil!
Curarrehue
Último passeio por aqui, já quase na Argentina (40km dali), é a vila mapuche de Curarrehue. É uma cidadezinha, uma versão bem menor de Pucón e Villarica, também toda em madeira e cheia de arte mapuche, óbvio. Lá, além de dar uma volta pela cidade, tem um pequeno museu gratuito, lojas de artesanato e pequenos restaurantes com comida típica.
Mais ao sul – Panguipulli e Huilo Huilo
Seguindo estrada rumo ao sul, você ainda pode fazer uma visita a Panguipulli (50km de Villarica), que costeia o lago de mesmo nome. Lá não tem muito, é uma paradinha estratégica pra um xixi ou pra comer algo. Tirando a igreja principal, não tem mais nada.
Continuando rumo ao sul, logo chegará à reserva de Huilo Huilo (97km de Villarica), um grande parque nacional com muito o que fazer. No site tem muita coisa e você pode se programar e se hospedar ali. Não paramos nessa reserva porque não teríamos tempo, mas bem que gostaria! Parece ser um lugar incrível!
Esse post ficou imenso, e eu ainda quero falar dos 2 hotéis INCRÍVEIS que ficamos em Pucón. Vou postar na sequência sobre eles, porque ambos merecem posts detalhados. Vocês vão adorar, tenho certeza. Até porque um deles é único nesse estilo no Chile.
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