Tenho tanta coisa pra contar da Turquia, que nem sei direito por onde começar! Vou tentar fazer uma ordem aqui seguindo a ordem do roteiro, acho que vai ficar mais organizado. Antes de tudo, o que todo mundo quer ver, são as incríveis mesquitas de Istambul. E tem que ser isso mesmo, porque digo, elas são absurdas! Uma mais bonita que a outra e tem tantas que é pra ficar louco. Visitar mesquita em Istambul está para visitar igreja na Itália: tem uma em cada esquina!
Uma coisa que te conto antes de falar das 3 mais importantes, é que aquelas torres compridas chamam-se “minaretes”, e quanto mais minaretes, mais importante é a mesquita. As mesquitas construídas pelo povo só podem ter 1 minarete e, acima disso, são as que foram feitas pelos sultões.
Outra coisa importante é que as mesquitas tem horário de visitação, pois elas ainda são usadas para oração. Então fique atento a isso, pra não chegar justo no horário que fecha.
É preciso tirar os sapatos na entrada. Algumas tem pequenos armários que você pode deixar o sapato, e outras oferecem uma sacolinha da plástico pra guardar e carregar com você. Essa parte gera uma leve confusão nas entradas, porque não tem lugar pra sentar e fica todo mundo se equilibrando pra tirar sapato, carregar câmera e não bater nos outros.
As mulheres precisam cobrir os cabelos sim, e também não podem entrar de saia ou short. No inverno é mais fácil, mas no verão é preciso lembrar desse detalhe. As mesquitas oferecem um tecido pra gente colocar por cima da roupa, mas sugiro levar pashminas e afins para se cobrir. Não esqueça disso! E os homens também não podem entrar de regata e short. É calça e camiseta.
Mesquita Yeni ou Mesquita Nova
Essa foi a primeira que visitamos e fica ao lado do Mercado de Especiarias. Não é preciso pagar para entrar, mas as regras acima são obrigatórias. Ela fica em frente ao lado sul da Ponte de Gálata e assim como boa parte das construções do país, é do povo otomano.
Ela é Nova mas é de 1597 a pedido da Safiye Sultan, a mulher principal do sultão Murad III. Durante sua construção surgiram diversos problemas políticos, pois o bairro em que está localizada, Eminönü, era um grande centro comercial da época e habitado principalmente por judeus. A ideia do sultão era ampliar a influência muçulmana na região. Quando o filho de Safiye faleceu, o próximo sultão que o sucedeu não teve interesse em continuar a obra, e em 1660 a mesquita parcialmente construída caiu em ruínas e foi bastante danificada por um incêndio.
Sultão vai, sultão vem, e finalmente finalizaram a obra entre 1663 e 1665, ufa! A mesquita tem 2 minaretes e 66 cúpulas, e a cúpula central tem 36m de altura. Grandinha, hein? Na sua construção houveram inspirações na Mesquita Azul, que vou falar aqui embaixo.
Assim como todas as mesquitas, há um pátio central onde fica a fonte de abluções. É nesse local que os muçulmanos se lavam após as orações. Pra quem não sabe eles precisam lavar os pés, mãos e rosto após orações, e mesmo naquele friozão, eles fazem isso sim.
Não vou entrar em detalhes sobre todo o interior da mesquita senão não paro de escrever hoje, e ainda tenho outras duas mesquitas pra falar aqui. =D
Mesquita Azul
Aqui tem fila pra entrar, diferente da Mesquita Nova acima. Não precisa pagar para visitar, só ter paciência pra fila mesmo. Tem as regras citadas acima e é isso que dá uma atrasada na fila. Boatos que no verão a fila é ainda maior, uma vez que aumenta a quantidade de turistas. ~aiaiai
Essa mesquita também é do império otomano e foi construída entre 1609 e 1616. Ela fica na frente da Mesquita Santa Sofia e entre elas tem um jardim muito lindo. Uma delícia fotografar ali, porque as fotos ficam lindas em qualquer ângulo. É a única em Istambul com 6 minaretes.
Por fora ela é linda, mas por dentro é muito mais. O nome “azul” é porque dentro tem uma infinidade de mosaicos e detalhes em azul. Essa mesquita surgiu porque o Sultão Ahmed I queria construir algo maior e mais imponente que a Santa Sofia. Então tá né?
Além de espaço para oração, as mesquitas tem outras funções, de auxílio público. Lá tem ainda escola de teologia, sauna turca, uma cozinha que fornecia sopa aos pobres, e lojas (o Bazar Arasta), cujas vendas de rendas ajudavam a financiar o complexo.
Mesquita Ayasofia
Essa mesquita já não é mais mesquita, é apenas um grande museu. A boa coisa é que não precisa tirar sapato e cobrir os cabelos, mas paga-se 30 liras para visitar. Na verdade verdadeira, ela é uma Basílica. Basílica de Santa Sofia (em português) ou Hagia Sophia (em grego) ou Ayasofia (em turco).
Esse pequeno prédio foi construído – senta pra ler isso – em 532 pelo Império Bizantino, com intuito de ser a Catedral de Constantinopla (alô aula de História, he). Até 1453 ela foi usada com esse intuito mesmo, mas entre 1204 e 1261 foi convertida em uma catedral católica romana. Em 1453 voltou a ser mesquita, até virar um museu em 1935.
Sabe, é muito legal a quantidade de história que um lugar como esse carrega. Não sei vocês, mas eu quando entro em lugares assim fico pensando em todas as pessoas que passaram por lá, quantos personagens famosos e históricos, todas as decisões e 1001 coisas importantes que aconteceram ali, nesse chão que estou pisando agora. Essa catedral/mesquita simplesmente mudou a história da arquitetura no mundo gente.
Além disso fico pensando em o que essa gente antiga pensaria ao ver seus monumentos e história sendo visitados dessa forma. Seria um choque! (sim eu sempre penso isso, o que eles pensariam se voltassem pra vida agora).
O bacanérrimo dessa catedral/mesquita/museu é que além de absurdamente grande e de ter sido, durante 1000 anos, a maior construção do mundo e ninguém conseguia bater esse feito – lembrem que é do ano de 530! – é a quantidade de detalhes que ela carrega. Em cada cantinho de parede são dezenas de desenhos e mosaicos, ricos detalhes da igreja católica E muçulmana, juntas e sobrepostas. Uma confusão visual linda de ver!
Todas as mesquitas da cidade são lindas e ainda vou falar de outras mesquitas históricas que conheci na Turquia e olha, vale a pena visitar essas três principalmente. É a hora de conseguir entender as aulas de história e voltar no tempo, se encantar com a arquitetura e com a arte desses lugares e brigar por um bom cantinho pra tirar fotos. Lembre que elas lotam de gente, e dependendo do ângulo da mesquita tem congestionamento de fotógrafos.
Ah, quando eu fui, um lado da Ayasofia estava em reforma. Porque né gente, o prédio é de 530, tem que ter manutenção e restauração pra gente poder ver essa grande obra de arte!!
Sim gente, tem fila pra entrar!
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