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A parte norte de Roma

Atualizado: 6 de jul. de 2020

Essa semana falei que encontrei uma empresa em Roma que faz passeios turísticos diferenciados, a Not For Tourist Rome. Foi um encontro ao acaso e que deu muito certo. Como já conhecia toda a parte básica da cidade, eles me sugeriram dar uma volta pela área norte de Roma, lugar que nunca tinha ido… e pior, nunca tinha visto no mapa.


Não que eu seja cega nem nada, é que essa parte nem aparece nos mapinhas comuns, é preciso comprar um especial para isso. Lá para cima o transporte é mais com ônibus e trams, quase nada de metrô. Para começar, pegamos a linha vermelha e fomos até a parada Flaminio. Não é tão afastada assim, mas já é toda outra vibe.


Foro Romano

Essas partes mais periféricas tem muito da arquitetura fascista de Mussolini, parece outra cidade mesmo. Lá em cima caminhamos até o Estádio Olímpico. Antigamente, em 1937, o estádio era chamado de Estádio dos Ciprestes e foi projetado como um projeto de cidade esporte. Na época de Mussolini, o local recebia seu nome. Após a guerra mudou para Foro Italico. Sua construção começou em 1928 e acabou em 37. A área compreende o estádio, o Statio dei Marmi e Stati del Nuoto.


A entrada é incrível, tem muita arte e história, e dá pra ver em todo o chão de mármore, os desenhos fascistas de Mussolini. É muito lindo, mas já está com algumas peças quebradas, afinal, é por ali que as pessoas entram ainda.

Essa parte mais antiga com as estátuas fica para o lado de fora do estádio em si. Ali é a parte de atletismo e com certeza se for visitar a região, verá vários atletas treinando ali. Cada escultura tem uns muitos metros. Não sei com precisão quantos, mas são bem uns 10m. São enormes e muito lindas, todas muito musculosas.

Auditorium

De lá seguimos a pé pela região, passeamos pelas ruas que tem mais cara de América e chegamos ao Auditorium Parco della Musica, o auditório da cidade. A construção é super moderna também e foi inaugurado em 2002. A obra é de Renzo Piano, tem 55 mil m2 e a parte de cima é como a do Vaticano, de chumbo. O legal é que esse teto pode abrir, e fica bem legal.


Lá dentro ainda tem um pequeno museu com arte antiga romana, claro! São materiais que acharam durante escavações. Não é muito grande, mas a entrada é gratuita. Para fazer o tour dentro do auditório, é preciso marcar a visita guiada.


Museu Maxxi

Antes de irmos almoçar, fizemos uma breve parada no museu Maxxi, ultra moderno! Lá as exposições são de obras do século XXI e confesso que achei o local meio frio e não muito acolhedor. Tudo muito cinza/branco, uma vibe totalmente diferente da cidade lá fora. Aqui não cheguei a ver as expos, não estava muito afim de ficar dentro de museu. O ingresso inteiro custa 11 euros e você pode comprar o bilhete online no site do museu se quiser.

De lá partimos mais para o centro histórico de Roma e fomos almoçar atrás da Piazza del Popolo, em um restaurante só de romanos.

Villa Borghese

Na sequência visitamos a Villa Borghese, que você pode visitar descendo na parada Spagna da linha vermelha do metrô. Nós somos saudáveis e fomos caminhando até lá. O parque fica lá em cima, atrás daquelas escadarias da Piazza Spagna (ou também chegando pelas escadarias da Piazza del Popolo e outras 7 entradas!) e é enorme. Quem não sobe até lá, nem imagina todo o verde que tem, e melhor a vista incrível da cidade:

A Villa Borghese é o terceiro maior parque público de Roma e é perfeito para passar um dia de sol. A área era da família Borghese desde 1580 e foi aumentando com o passar dos anos, pois os terrenos vizinhos começaram a ser comprados pelo cardeal Scipione Borghese com intuito de fazer daquele, o maior parque da Roma antiga. A Villa foi completada em 1633 e em 1766 o príncipe Marcantonio IV Colonna começou a fazer algumas intervenções e modificações ali.


Em 1901 o parque foi comprado pelo Estado e cedido à comunidade em 1903 para enfim tornar-se um parque público. O preço? Atualmente seria como 10 milhões de euros!! Tem muita coisa pra ver lá, dá pra passar o dia todo só ali.


Galleria Nazionale d’Arte Moderna e Accademia Egitto

Se sair pelo outro lado do parque, você dá de cara com a Galleria Nazionale d’Arte Moderna que fica ao lado de uma Universidade e sua enorme biblioteca. Logo em frente tem a Accademia Egitto. Se o dia não estiver muito bonito, pode fazer um tour por estes museus, são todos um perto do outro.

Quartiere Coppede

Como eu não tinha o dia todo, precisei seguir em frente. Uma parada que até não estava programada mas é obrigatória, o Quartiere Coppedè. É uma quadra inteira com casas muito malucas. Construções de todos os tipos e prédios extremamente inusitados. Esse lugar merece um post próprio porque é muito particular. Não perde de ler mais sobre ele aqui no blog, que tem um post completo. Nunca vi uma quadra tão maluca na vida!


Próxima parada: gelato!! Eba! Fomos em um local típico também e conto amanhã no post de comidas do tour norte de Roma.


Villa Torlonia

Do gelato passamos para outro parque, a Villa Torlonia no bairro Nomentano. O parque é do século 17 e da família Pamphilj. O local foi comprado pela família Colonna em 1760 e continuou sendo uma sede de cultivo agrícola, para apenas em 1806 começarem a construir prédios neoclássicos.


A coisa mais bizarra é que depois de anos de gente cultivando e construindo ali, só em 1919 é que descobriram um cemitério hebraico embaixo do terreno. Detalhes de Roma, hehe. Pra fechar um pouco da história do Torlonia, nos anos 20, o dono Giovanni Torlonia Jr., oferece a casa principal como residência de Mussolini. Na verdade ele não cedeu, ele alugou o prédio com um valor anual simbólico de 1 lira. Mussolini e Giovanni construíram refúgios de bombardeamento nas tumbas hebraicas do 3º e 4º século que estavam embaixo da Villa. Vê se pode!

O parque foi comprado pela Comune di Roma apenas em 1978, para então virar parque público.


Quirinale

Para fechar o passeio, fomos até o Quirinale, perto da Piazza Barberini. Essa é a residência oficial do Presidente Italiano, e foi construído em 1583. É um prédio com grande importância política e artística pois ali trabalharam grandes artistas italianos como Pietro da Cortona, Domenico Fontana, Alessandro Specchi, Ferdinando Fuga, Carlo Maderno, Giovanni Paolo Pannini e Guido Reni.


Lá de cima dá para ter uma vista da cidade também, mas não tão bonita quanto a vista de Villa Borghese. Seguindo dali você pode descer em direção à Piazza Barberini com a fonte de mesmo nome. Aí você já está no centro novamente e pode pegar a linha de metrô vermelha para seguir adiante.


E aí, gostaram da parte norte de Roma? Bem diferente da parte mais conhecida no miolo né? Fica aqui uma sugestão de passeio bem completo, com história, parques, museus… E sim, prepare-se para andar bastante!

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